SEM QUALQUER FLOR
Impresso no peito, o cão.
Animal, estou enrodilhado em palhas.
Para o que me coloquei neste escaninho?
Lua, ouve meu uivo sentido?
A dor se constrói num lugar em que o nada comanda.
E de nada e de olhar vazio se faz o caminho.
Passeio entre pernas paralisadas.
Meu faro espreita o adocicado da morte.
Meu sentimento canino
lambe sem pudor as feridas abertas.
Cauda decepada.
Nenhum abano chamará o amanhecer.