FUGA
O vizinho canta.
Sem qualquer poesia.
O vizinho foge.
Com tudo o que há de poesia.
O vizinho invade a garagem e a mata , em sua toca,
com a adaga de defesa
Dela mesma.
O vizinho deixa os cães e alguém os alimenta.
O vizinho mata as mulheres.
Esse é o vizinho tão nu, tão olhos azuis, tão rascante.
Nào há no vizinho uma nota de carinho.
Sangue azul de azul.
O vizinho caminha pelo labirinto.
O vizinho mora dentro de minha sala sempre aberta.
O vizinho não é diminutivo.