Profunda Lacuna
Que voraz é o tempo que vejo.
Que de tão forte me imprime anseio;
De outrora semente, hoje vasto lamento.
Das lamúrias, dos gozos e do nascimento.
Lenitivo é o sabor dos pensamentos.
Cujo seio não verte mais tormentos.
Dos tempos idos, das coisas perdidas;
Dos amores vividos, das ideias reprimidas.
Sujeito ao tempo, o desgaste eminente.
Velhice incerta, o tempo insolente...
Leva sempre as mais sinceras preces;
E retornam as mesmas deveras messes...
E fica a lacuna dos teus ais.
Reflexo vivo do tempo de teus pais.
Mas finda... tudo tem fim.
Até mesmo meus incansáveis sim.
Amaro Nester