Medo, Ódio, Rancor
Medo, ódio rancor são armas do desamor.
Serras a serrar nossas entranhas.
Energias de consumição a percorrer nosso ser
Apalpam nossas costelas, espremem o coração.
É preciso pedir a Nosso Senhor que nos dê
asas de condor.
Voar, voar para um lugar onde as balas
dos canhões não nos possam alcançar.
Fundar ali uma fraternidade de desarmados.
Longe vá vaidade, fome de poder, vícios,
violência, maldade.
óticas e éticas tão úteis quanto fúteis.
longe vá todo o mal e até a fé que não é.
É artifício a nos empurrar para o precipício.
Homens animalizados, soldados dos senhores
da guerra que de santa não tem nada.
Longe vá a vida sofrida.
Contra os canhões não marchar.
Sair dali em busca de outro lugar.
Descansar, curar as feridas à mostra e escondidas.
Como crianças, sorrir, brincar, saltar, correr.
Viver a alegria de renascer.
Será esta a nova era?
Será que é assim que se renova a face toda Terra?
Lita Moniz