MARIVALDO AGONIADO

Precisou vasculhar o interior de si.

Sem nada achar, chamou cães.

Farejadores.

Farejaram dores, amores mofados,

e muitos, muitos bilhetinhos amarelados.

Pelo tempo e pela vergonha de terem sido.

Escritos.

Mas nada que fosse mortal.

Como a desesperança, a indiferença

e a insegurança que a felicidade traz.

Caiu em si, finalmente.

Sem se machucar.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 13/09/2015
Código do texto: T5380699
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