POR MENOS QUE PAREÇA
O poeta sofre. Já não diz coisa com coisa.
Já não distingue pedra e estilingue.
Vive variando, falando coisas sem nexo.
Complexo, esse ser calórico, precisa mais
é de piscina, under the rocks.
Com esse calor danado, sofre de avarias.
Enxerga muros, divisores de povo e povos.
Não entende a amplitude de bonecos.
Nem mesmo sabe a tanta vergonha que brota.
E brota...e brota...e brota. De palácios, ministérios,
mistérios de poder. Muros de alumínio.
Extermínio de esperanças boçais.
Queria ser crente agora. E gritar: Ah! Senhor
meu Deus. O que houve com tua criação?
Inda bem que sou ateu. Não consigo acreditar
em aberrações tamanhas.
Tamanho é meu espanto.