Eu povão, eu nação
Sem poesia, sem palavras, sem horizontes
Pelo ódio destilado contra as origens
Que envenena, ensurdece e cega.
E os fracos enganados que se acham fortes
Lutando contra aqueles que do nosso lado lutou
E os opressores que por sua vez usam essa fraqueza
E em frascos de ilusão nos mantém
Aglomerados, necessitados, parimos o ódio órfão do amor.
E, assim, a casa grande triunfa
Com mentiras que seguimos em verdades
Com tanta hipocrisia e falsa liberdade.
Nossos anseios se tornam degraus para outros caminharem
E o remanescente de tanta escravidão voltam a serem escravos
Acreditando estarem a salvo numa nação de tantos quilombos
E mais uma vez nos levamos à senzala
Onde a condição não é somente a cor
E sonhando com alforria por ter o titulo de eleitor
E em completa ignorância e tão pouca instrução
Apenas escolhem quem será o carrasco
Que respeitosamente chamamos de senhor