Eu povão, eu nação

Sem poesia, sem palavras, sem horizontes

Pelo ódio destilado contra as origens

Que envenena, ensurdece e cega.

E os fracos enganados que se acham fortes

Lutando contra aqueles que do nosso lado lutou

E os opressores que por sua vez usam essa fraqueza

E em frascos de ilusão nos mantém

Aglomerados, necessitados, parimos o ódio órfão do amor.

E, assim, a casa grande triunfa

Com mentiras que seguimos em verdades

Com tanta hipocrisia e falsa liberdade.

Nossos anseios se tornam degraus para outros caminharem

E o remanescente de tanta escravidão voltam a serem escravos

Acreditando estarem a salvo numa nação de tantos quilombos

E mais uma vez nos levamos à senzala

Onde a condição não é somente a cor

E sonhando com alforria por ter o titulo de eleitor

E em completa ignorância e tão pouca instrução

Apenas escolhem quem será o carrasco

Que respeitosamente chamamos de senhor

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 06/09/2015
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