AO PROFESSOR ANALFABETO
Leia os olhos expostos da criança;
cada vírgula, ponto e reticência;
veja quanta inocência se perdeu
no desleixo de afetos de vanguarda...
Interprete a leitura dos olhares
e silêncios que dançam solitários,
quando explode o paiol da rebeldia
nos aquários formais do "beabá"...
Seja um mestre que sabe ler mais fundo,
muito além da presença "indesejada"
do menino que a fada não domou...
Ache a fonte que jorra no deserto
sob tantos valores reprimidos
pelo duro alfabeto do descaso...