PALAVRÃO

Xingaria o mais alto que pudesse,

pra quebrar os andores do poder

com a fúria do verbo e do seu eco

nas tocas das excelências.

Nos covis das majestades.

Nas tocaias da hipocrisia

dos que dominam por lei

ou por farsa e graça

da liturgia.

Eu queria gritar o palavrão,

pra ferir os ouvidos do político,

do jurista e do sabiocrata,

do mandachuva cristão,

de todos os que se arrogam

donos das virtudes

e da verdade.

Por sobrevivência ou medo,

Xingo baixinho; em segredo:

Honestidade... honestidade.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 31/08/2015
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