ESCRAVOS DE CAVALOS E PRÍNCIPES
O lago do fogo ascende as almas incultas
Sem morte, sem luto, nem dor
E não entravam aqueles sem o nome escrito
Na árvore da vida do rebento da estrela da manhã.
A pureza da espada no cálice não misturou
De tanto luxo que você jamais escutou
Derramou sangue em teu poder a reinar
A julgar os mortos enfurecido de ira.
Se nasceram prematuramentes
como morreram jovens?
Sem musica nos ouvidos ao acalanto
histórias cantadas no berço
Abandonados pela própria horta
Mortos que nem ao menos beberam da terra
Vigiados por um vigia que não vigia a si mesmo.
E quantos ainda não morreram
sem saber que tiveram nascidos?
Os mortos debaixo do sol são vivos
mortos sem pão vivo e glória
a custa de medos e sofrimentos
escravos de cavalos e príncipes.
De Poeta das Almas- Fernando Febá
Fernando Henrique Santos Sanches