ESCRAVOS DE CAVALOS E PRÍNCIPES

O lago do fogo ascende as almas incultas

Sem morte, sem luto, nem dor

E não entravam aqueles sem o nome escrito

Na árvore da vida do rebento da estrela da manhã.

A pureza da espada no cálice não misturou

De tanto luxo que você jamais escutou

Derramou sangue em teu poder a reinar

A julgar os mortos enfurecido de ira.

Se nasceram prematuramentes

como morreram jovens?

Sem musica nos ouvidos ao acalanto

histórias cantadas no berço

Abandonados pela própria horta

Mortos que nem ao menos beberam da terra

Vigiados por um vigia que não vigia a si mesmo.

E quantos ainda não morreram

sem saber que tiveram nascidos?

Os mortos debaixo do sol são vivos

mortos sem pão vivo e glória

a custa de medos e sofrimentos

escravos de cavalos e príncipes.

De Poeta das Almas- Fernando Febá

Fernando Henrique Santos Sanches

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 25/08/2015
Reeditado em 16/01/2016
Código do texto: T5358462
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