UMA POESIA ZEN
Eu queria fazer uma poesia Zen.
Não consigo. Parece que as forças
do além me fazem manter os pés no chão.
Mas...que forças do além, pergunto.
Além mar, além bar, além car?
Além do mais, sinto-me Zen.
Flutuo no ar romântico das vogais.
Evaporo no sonar das consoantes.
Me exagero no cantar das debutantes.
De Letras.
Que se esguiem os desertores.
De sonhos.
Que se revalidem os vencidos.
De carteiras.
Que se mudem os cançados
de poderes, que nada me encanta.
Que se lambuzem os amigos da anta.