A poesia perdida em meu olhar,
Cansada de brincar,
De fazer estrepolia,
Agora paira,
Em minh' alma vazia.
A poesia congelada em meu peito,
Engole desgosto, despeito,
Por pura rebeldia,
Diz-se cansada da vida
Das desordens do dia-a-dia.
Essa poesia flutuante, indolente,
É fraca, sofrida, doente,
É poesia de bicho
Cansada de ser gente.
Ah, poesia sem alegria,
Descrente,
Que por mais que eu queira
Arancar da minha mente,
Veste-se de palavras,
Inventa sentimentos
E mente...
Mente o tempo inteiro
Fingindo-se de valente.