MINHA INOCÊNCIA

Eu nasci a beira - mar.

No mangue caranguejos catei,

Não tinha que me preocupar

Tempos bons vivenciei.

Com lama preta e viscosa

Do mangue onde eu brincava.

Com a bermuda malcheirosa

A tardinha ia pra casa.

Jamais esqueço este tempo,

Que muito rápido passou

Tão depressa como o vento.

Muita saudade deixou.

Hoje vivo bem distante

Da beira-mar onde nasci.

Saudade comigo é constante

De onde um dia eu vivi.

A mão na loca enfiava

Para o caranguejo eu pegar.

Nem me importava com a dor

Que isto sempre gerava.

Bons tempos de inocência pura

Dias felizes, de paz e amor.

Eu ignorava as amarguras

Que minha inocência gerou.

17/7/2015