Quinta-feira, 16/7/2015
Do camponês ao crepúsculo
Antonio Feitosa dos Santos 
 
 
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O sol se foi indo, lento, devagar,
O cansaço do dia me consumindo,
Buscando aconchego no calor do lar.
Lembranças dos feitos iam sumindo,
Olhos cerrando e a mente a apagar.

Das palmeiras vem vindo o cantar,
Dos canários buscando o pernoite,
Do vento nas copas, o açoite,
No céu um avermelhado opaco,
Deixado pelo sol, caminho a passar.

Passa o perfume da rosa e da acácia,
Da verbena, o cheiro do manacá,
Do milho cozido no fogo a lenha,
Do leite na panela a nata a engrossar,
Na mente o zumbido da falácia.

O corpo sobre a espreguiçadeira,
Relaxa do sol e ardor da terra,
Útero do homem, o camponês,
Nesta, com plantações faz a guerra,
Ao arar o campo, abre a trincheira.

Passam os dias, passam as noites,
Mais um. Mais outros que veem,
O campo é o útero da mãe terra,
Onde o camponês se encerra,
Na fé e graça de Deus diz amém.

Bananeiras, 3/07/2015
Feitosa dos Santos