POEMA DA SOFRÊNCIA
É fácil entender a sofrência
dessas moças do meu Brasil.
Pois não sou nenhum carpinteiro
não fui nenhum padeiro
nem nenhum leiteiro.
Sou moço goiano
de sotaque mineiro
e a minha viola
eu levo comigo estrada afora.
Há sempre um menino que me
abre a porteira
( o filho que nunca tive, inventado, sonhado, sei lá)
[do céu?
e nunca sei meu destino.
Não levo faca
Não levo arma
Não levo desaforo pra casa
Trago sempre comigo são uns versos
que fiz pra minha prenda
mas moça bonita que ouve apaixona
e se eu beijo uma flor roubado
ela logo aprende que sou da estrada
e que meu adeus é sempre Adeus.
É fácil entender a sofrência
dessas moças do meu Brasil
Adeus!
Junho de 15