Lapidação Da Forma
Vejam só o que eu vejo!
A noite fria estrelada,
Ouso o som dos grilos,
O balanço das folhas,
A voz ao fundo falada.
Vejo quem chega, cumprimento
Observando a noite nas horas,
A saudação formal do elemento
E o suco amargo das amoras.
A carroça rangente bovina
Em desuso, um único molejo,
E na inspiração aromal e divina
Eu sinto a força astral de um beijo.
Sob folhas semissoltas da árvore
Eu espreito a perfeição da forma,
Que vejo só nos astros estelares.
E nas cadeiras domésticas, dos lares,
Eu tenho o conforto que transforma
Pedra no mais que perfeito mármore.