Não vou mais nascer em mês que nasci,
Vou agora ser louco, bruto e ignorante,
Esteja eu a sofrer sofrimento constante,
Por ter o signo do mês em que nasci.
Predestinado a ser o que sou,
Sofrer pelo que sofro assim estou,
Não mais esteja eu a viver,
Não, não mais desta forma:
Nascido, crescido e prestes a morrer.
Lutando, tentando mudar a história
Do dia do meu nascimento,
Creio que talvez seja o Destino
O culpado por todo esse tormento.
― "Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco." (Augusto dos Anjos)
― PREDESTINAÇÃO.
― É o título deste poema "autobiográfico", espero que com um pouco de rima eu tenha resumido tudo a meu respeito, que sendo poeta, sou também suspeito, e por isso não direi mais nada além do que já foi dito nos versos acima.