DESCARINHO

Ia sempre sondar se estavas bem,

como foram as horas dos teus dias,

se ninguém te feriu nem com palavras

ou descuidos de alguma natureza...

Era bom esquiar no teu semblante,

passear na ilusão de que me vias,

ler na folha do instante o meu poema;

meu diário das gotas do teu ser...

Pouco a pouco senti a solidão

do carinho, dos olhos, das palavras,

do meu chão e dos passos de costume...

Recolhi estes pés que me levavam

ao encontro contínuo do deserto;

cada dia mais perto da distância...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 21/05/2015
Código do texto: T5249330
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