Folhas secas

Insisto na tecla desbotada,

Deslizo a deriva - Nem perdido nem destinado.

Não importa onde estão as divisas

O que ficou pra trás já percorri,

Nem a luz da ilusão permitirá repetir.

Ao meu grito segue-se o insano silêncio,

Saliento, me sento, me ausento.

Mesmo de alma limpa falta a paz,

Enterro-me já em ossos e pelos.

Minha carne não é pra vermes

Se não tenho nobreza, tenho orgulho,

Sou superficial, mas também mergulho.

A eles ofereço minha indiferença

Que degustem - fartem-se iludidos –

De vocês eu ganharei - nada mais sei –

Cutucam-me as folhas secas

Envoltas à raiz que tropecei.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 06/05/2015
Código do texto: T5232976
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