Cronologia

Ainda carregas sonhos não vividos,

Já sem graça depois de tanto passado.

Profecias tão sérias que acreditavas

Agora desconsidera para não se ferir.

A rua da vida se tornou larga,

Lembrando dos sinais que passou no vermelho.

Uma foto irreconhecível,

Com pose de quem jurava que tornaria o mundo livre.

Quantas condenações que aos outros queria impor

Hoje silencia para se proteger.

Quantas palavras que pronunciavas

Entusiasmado já nem quer ouvir.

Quantas afirmações de eternidade

Que precoce se foram.

Quanta vida dita infinita

já findou.

Quantos rostos desejou beijar,

Tão poucos beijou.

Sorvetes e sorrisos no parque,

Só eram deliciosos por ter

uma mão segurando na sua.

Hoje os poemas de amor sem nenhuma arte

Estão em algum caderno esquecido no mundo.

Ninguém mais te reconhece.

Ficou no caminho a beleza que tinhas.

Pessoas que amavas desapareceram.

Divagas pensando e nem lembra mais,

Que valeu a pena,

Mesmo tendo ficado pra trás.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 27/03/2015
Código do texto: T5184842
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