Insônia nº 1001

Na reentrância vazia da madrugada

Toda palavra é exercício inútil

Todos os olhos se fazem cegos

Nada se revela igual

A essa porção de tempo

Sem dimensão determinada

Em meio a cortinas de fios escuros

Que desafiam a pálida luz do corredor

Onde o insone debate-se às cegas

Diante de outras formas de ver a vida

Entrevistas através da opacidade de si mesmo

Reflexões ainda mais lentas que o relógio

Consciência subitamente desperta

A persegui-lo cortante e sem regras

Até que as ruas despertem de seus pesadelos. . .

- por JL Semeador de Poesias, na madrugada de 11/03/2015 -