O CÃO DA ALMA E A CARROCINHA DO PENSAMENTO
Mansidão nas fornalhas das ruas sem paredes
O cão da alma atravessa atrás do sentido.
Não há lugar para o ser em lugar algum
que procure a si mesmo no mundo.
Erra, esgueira a beira do precipício
Os seus machucados são as valas dos ônibus
É um cachorro sem grito
Que procura um dono sem notar a sua própria realidade.
Nessas casas não aceitam cães sem cegos.
Como um cão vagabundo sem emprego
Não late o latido dos latifundiários
É o povo que quer se libertar!
Este é tempo de cães sem casa
Tempo de raiva, fabricas de sabão.
De almas fabricadas sem o amor
E não havia a carrocinha para policiar os pensamentos.
De Poeta das Almas - Fernando Febá
Fernando Henrique Santos Sanches