Madrugadas verdes
Eram tempos ocultos,
Protegidos em codinomes
davam a noite um perfume exclusivo,
Cheiros sempre alusivos
momentos de se ler em livros.
Amigos, mulheres e homens.
Era um mundo de paz escondida,
de aluno virar professor,
de ruas desertas e gritos descompromissados,
de sonhos acordados,
de soldados alienados,
de desejos enfileirados,
de madrugadas verdes e silenciadas,
de serenatas até onde a voz alcançava,
de vilões com seus violões
De militares chegando feito assombração.
Um tempo em que se ria sem emoção.
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Interação do nobre poeta e amigo Alkas. Creio que nossa geração, que sentiu na pele os efeitos deste tempo, nunca vai esquecer:
"Madrugadas verdes em tempos sombrios...
palavras cassadas, pessoas caçadas...
vozes caladas, chibatas e arbítrio...
tempo de sacrifícios, tempo de desolação,
o povo amedrontado e o verde
tremulando na escuridão...obscuro
verde da alienação..." (Alkas)