Como um tango

Suave e leve como o pouso da borboleta

a brisa cobriu a vida,

embaçando o vidro cristalino.

Pela fresta da janela

o vento vira a página do livro aberto.

Cheiro de flor penetra minhas narinas.

Alguma deve existir por perto

além do ipê florido que desapareceu.

Ao longe um latido

acompanha a imaginação

romper o véu e sumir.

Ancorado sou escondido

pela minha respiração

esbaforida na vidraça.

Dia agourento

pesado e cinzento

passando...

Se tivesse trilha sonora

seria melancólica e triste...

Triste como tango.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 06/03/2015
Código do texto: T5159833
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