Hora H

A noite despertará monstros adormecidos

O implacável ruído das carpideiras velará sonhos

Acordará morcegos para o banquete de sangue.

O escuro azul do véu que cobrirá a urna

Esconderá as marcas da dor.

O dia ameaçará adentrar as janelas

Cálido em amarelos claros

Com a força que desbota as aquarelas

Fazendo sombras e refletindo nelas

O tormento do sino sem badalos.

Abrira-se morada do sepulcrário

Furdunçará desautorizado o silvestre

Da forma que fizeram os plantonistas de janela

Na vigência ilibada de vida tida como equestre,

Licença concedida pelos céus ao dito salafrário.

Não. Sem bajulações de arautos

Nem piedade de falastrões

Bastará que conste nos autos

Que pela vida abominou as falações.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 04/03/2015
Código do texto: T5157583
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