Nossas Crianças!

O terror do abandono bate forte com o medo da morte,

Pequenos corações sangram lágrimas de inconformada tristeza,

Perdidas, jogadas na “vida” a sua própria sorte,

Não há carrinho, não há boneca!

Nem o colo da mãe e nem o consolo do pai!

Não há quem estenda a mão e lhes dê um copo de leite ou um pedacinho de pão!

Dormem quase nuas nas calçadas das ruas,

Nos becos escuros de um lugar qualquer!

Comem do lixo, dos restos de outras crianças mais afortunadas!

Com a fuligem das ruas, as mãos sujas e as pernas, e os pés,

E do borralho do rosto, salta o branco dos olhos arregalados pela fome!

Magras e desgrenhadas figuras,

Retratos de sua própria morte!

Ah como dói essa “vida” ingrata,

Que assim maltrata parte dessa herança,

Da sua própria espécie!

Não há quem entenda!...

Como assim fazem as gentes,

Que plantam as sementes e as abandonam na terra!

De como trazem ao mundo delicadas flores,

Só para depois negar-lhes o Sol!

Assim, crescem selvagens,

Brutais como o abandono as ensinou,

E se reproduzem em mais flores,

Para beberem da chuva e comerem do lixo,

Em um ciclo interminável de miséria e morte!

Deus!... Amado Deus!...

Perdoa-nos os pecados de nossa indiferença!

Ensina-nos o Teu amor para sermos melhor!

Ensina-nos a valorizar o nosso futuro,

A amar as nossas crianças!

Luiz Falcão
Enviado por Luiz Falcão em 02/03/2015
Reeditado em 02/03/2015
Código do texto: T5155476
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