Beleza Rara
Há uma rosa solitária em meus jardins!
Ela é negra como a noite mais escura!
E como nuvens que desvanecem nos ares,
Murchará sua beleza e sua negrura azulada nunca mais!
Nunca mais contemplada!
Nunca mais o suave aroma aos sentidos,
Até que outra, igualmente sozinha desabroche em seu lugar!
São assim, as rosas dos meus jardins!
Delicadamente plantadas em meu coração!
Saudosas flores, aquelas que se foram!
Saudadas outras tantas, que da magnífica roseira florescem!
Elas vêm e vão ao ardor dos dias e no silencio das noites!
Vívidas e exuberantes, e tristonhas, e na solidão!
Florescem lindas e esplendorosas,
São amadas e são amantes,
Todas elas e cada uma ao seu tempo,
No meio dos meus jardins!
As musas mais belamente pintadas,
Por pinceis de artistas extraordinários,
Não chegaram perto de tal beleza!
Nem da graciosidade de outra rosa que desabrochou só!
Quão perfeito é o talo da Rosa negra!
Tal corpo não se viu!
Nem curva tão sinuosa!
Nem braços,
Nem mãos...
E os tornozelos?
Que lindas as pernas,
Tão perfeitamente torneadas!
Todos os dias ao entardecer,
Caminho por entre minhas flores,
Toco as sedosas pétalas,
E entre meus dedos as guedelhas lisas e aveludadas!
Das negras pétalas azuladas!
Nem um rosto ao dela se compara
Olhos de safira mais azuis que o céu,
Lábios de rubi!
A boca de mel!
Assim é a rara... Negra... Solitária ROSA... MARIA ROSA!
Que desabrochou no meio dos meus jardins!