DOIS VERSOS II

Que eu não submeta meus poemas ao abandono.

Que não me falte vontade de escrever.

Que minha inspiração nunca me traía.

Pois meu primeiro verso é minha vida

E o segundo... Motivo que me faz respirara ainda.

Que nunca uma música de despedida

Faça-me deixar de querer amar.

Que a angústia que sinto no ar

Não queira em mim se instalar.

Pois meu primeiro verso fala de amor

E o segundo... Ratifica o anterior.

Não quero dar normalidade à solidão.

Nem viver sem fé.

Que a ganância não me faça

Perder a poesia e nem

Deixar de amar um irmão.

Pois meu primeiro versos é oração

E o segundo... Louvor e devoção.

Que eu nunca procure sombras do que fui.

Que pedaços meus não fiquem pelos caminhos.

Que eu sempre tenha a quem dar o mais nobre de mim,

Pois meu primeiro verso é carinho

E o segundo... Transpira humildade.

Que a velhice me faça entender,

Tantas coisas que não tive na vida.

Que o espírito acalme-me a alma

Pois meu primeiro verso padece

E o segundo... Tem tom de despedida.

Que a vida me falte quando Deus quiser,

Que seja imortalizado o sonho realizado

Que voe livre e sem compromisso

A mágica ternura da mulher.

Pois meu primeiro versos é afago

E o segundo... Tudo que amei e fui amado.

Que o sorriso não me fuja dos lábios.

Que a saudade e as lembranças

Não deprimam meu silêncio.

Pois meu primeiro verso é o minúsculo que falo.

E o segundo... Universaliza o bastante que penso.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 25/02/2015
Código do texto: T5149362
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.