Esconjuro
Havia por ali um padre de quem
Pouco se falava.
Devagar! A sua vez haveria de chegar.
Enquanto esperava se preparava.
Lia muito.
E saía a campo para conhecer bem a
Alma que o povo tem.
Pagãos, xamãs, cristãos , tudo à mistura.
Como poderia ajudar aquele povo a se curar.
Curar as feridas da carne, as chagas do coração.
Gente que só queria esquecer para não enlouquecer.
E até gente que pedia a Deus para morrer.
O Padre Fontes por onde ia via isto e muito mais.
Era preciso acabar com tantos aís.
A imigração ajudou, trouxe alma nova para a região.
No quesito religião, era preciso exorcizar o mal que se
Veio ali instalar.
Cristo já fazia isto, expulsava os maus espíritos.
Como quem anda a brincar, foi tratando de ajudar esta
Gente a se curar.
Toda a sexta –feira treze há festa de arromba no lugar.
Um Xamã a convocar bruxas, mouchos, crujas,
Demônios, trasgos sapos e danhos, espíritos do mal,
Corvos, pegas e meigas, Feitiços das mezinheiras.
Luzinhas dos bichos andantes,
Luzes de mortos penantes.
Mau olhado, negra inveja, raios, trovões
Ar de mortos. Lume de cadáveres ardentes,
uivar de cães, piar de mouchos,
Pecadora língua de má mulher.
Vade de reto satanás,!
Deixa este lugar em paz.
Com esta colher levantarei labaredas
Deste lume que se parece com o inferno.
Fugirão daqui as bruxas faladeiras.
Os gatos que andam às janeiras.
Por riba de silbaredos e por baixo de carbalhedos,
A cavalo na sua vassoura de gesta.
Para se juntarem nos campos de Gualdim.
Para se banharem na fonte do areal do Pereira...
Oubide! Oubide!...
os rugidos das que estão a arder nesta caldeira de lume.
E cando esta mistela baixe pelas nossas gorjas,
ficaremos libres dos males e de todo o embruxamento.
Forças do ar, terra, mar e lume,
a vós requero esta chamada:
Se é verdade que tendes mais poder
que as humanas gentes,
fazei que os espíritos ausentes
dos amigos que andam fora
participem conosco desta queimada!
Esconjuro feito a duas mãos
Padre Fontes e lita Moniz
Havia por ali um padre de quem
Pouco se falava.
Devagar! A sua vez haveria de chegar.
Enquanto esperava se preparava.
Lia muito.
E saía a campo para conhecer bem a
Alma que o povo tem.
Pagãos, xamãs, cristãos , tudo à mistura.
Como poderia ajudar aquele povo a se curar.
Curar as feridas da carne, as chagas do coração.
Gente que só queria esquecer para não enlouquecer.
E até gente que pedia a Deus para morrer.
O Padre Fontes por onde ia via isto e muito mais.
Era preciso acabar com tantos aís.
A imigração ajudou, trouxe alma nova para a região.
No quesito religião, era preciso exorcizar o mal que se
Veio ali instalar.
Cristo já fazia isto, expulsava os maus espíritos.
Como quem anda a brincar, foi tratando de ajudar esta
Gente a se curar.
Toda a sexta –feira treze há festa de arromba no lugar.
Um Xamã a convocar bruxas, mouchos, crujas,
Demônios, trasgos sapos e danhos, espíritos do mal,
Corvos, pegas e meigas, Feitiços das mezinheiras.
Luzinhas dos bichos andantes,
Luzes de mortos penantes.
Mau olhado, negra inveja, raios, trovões
Ar de mortos. Lume de cadáveres ardentes,
uivar de cães, piar de mouchos,
Pecadora língua de má mulher.
Vade de reto satanás,!
Deixa este lugar em paz.
Com esta colher levantarei labaredas
Deste lume que se parece com o inferno.
Fugirão daqui as bruxas faladeiras.
Os gatos que andam às janeiras.
Por riba de silbaredos e por baixo de carbalhedos,
A cavalo na sua vassoura de gesta.
Para se juntarem nos campos de Gualdim.
Para se banharem na fonte do areal do Pereira...
Oubide! Oubide!...
os rugidos das que estão a arder nesta caldeira de lume.
E cando esta mistela baixe pelas nossas gorjas,
ficaremos libres dos males e de todo o embruxamento.
Forças do ar, terra, mar e lume,
a vós requero esta chamada:
Se é verdade que tendes mais poder
que as humanas gentes,
fazei que os espíritos ausentes
dos amigos que andam fora
participem conosco desta queimada!
Esconjuro feito a duas mãos
Padre Fontes e lita Moniz