SEDENTARISMO DE AFETO

Um odor de foi bom; mesmo assim nunca mais;

uma dor de partida que me parte ao meio;

meio termo completo a se ocultar de nós

onde a voz faz de conta que não diz aos olhos...

Sempre falta coragem quando chega o fim,

dizer sim à verdade requer exercício,

mas a nossa preguiça não deixa fazê-lo

e nos prende à promessa do velho amanhã...

Nosso amor sedentário acumulou gordura,

ganhou peso e tontura; prenuncia infarto;

se não partes não parto nem somos presentes...

Somos cais da saudade que sequer teremos

nesse mar de lembranças que o rancor polui;

já nos demos adeus e não sabemos disso...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 08/01/2015
Código do texto: T5094872
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