CADA UM SOFRE A SUA MANEIRA
Cada um sofre a sua maneira
Sofre amando, ignorando
Sofre por prazer
A procura de prazer
Sofre no esquecimento,
Sofre na lembrança
Sofre fugindo do sofrimento.
Sofre lentamente,
Desperadamente
Sofre por valores fúteis
Pelas coisas valiosas
Sofre sem saber
Sofre conscientemente
Sofre por que gosta de sofrer
Sofre por que precisa passar pelo sofrimento
Sofre para conseguir ver belezas
Pelas coisas indizíveis
Sofre por paixão
Pela falta inerente
Por não dar valor as coisas preciosas
Sofre por morrer antes da morte
Por não aceitar a vida
Pela mulher que se perde
Pelo amor que se encontra
Sofre pelas coisas mais bestas
Por acreditar que sua visão é única
Por não saber amar
Sofre pelos outros, pela ternura
Pelo carnaval, o gozo e a matéria
Por não realizar seu desejo
Sofre por não ver que o outro é Outro
Pelo filho que se fez propriedade
Pela mulher que invade
Sofre sem saber que ama
E nem mesmo que era feliz
E que havia um reino
Chamado felicidade.
Sofre por reclamação
Não aceitação
De ser o não todo.
De Poeta das Almas Fernando Febá
Fernando Henrique Santos Sanches