DE VIVER

Não de fome ou doença; desprezo; abandono;

solidão nem desgosto; acidente; homicídio;

nem de raiva, paúra ou envenenamento;

por um mal de momento, arrastada saudade...

Pode ser por idade, mas feito quem pousa;

feito quem fecha os olhos ao abrir as asas

ou brotar pra dizer que chegou e já vai,

como a pétala cai; bem feliz; pois foi flor...

Ninguém morra de amor, num campo de batalha,

pelas horas sangradas no trabalho escravo

e por falha da lei, uma bala perdida...

Não de causas que nunca serão descobertas,

de feridas abertas, overdose ou porre;

só há honra em quem morre de vida vivida...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 15/12/2014
Reeditado em 15/12/2014
Código do texto: T5070094
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