INVERNOS QUE RECAEM
 
Estes olhos que me atalham
Causando desconforto e inverno,
Estes beijos que nos calam
Trazendo resquícios do inferno.
Estas lágrimas que desabam
Alagando meus traços fiéis
Teus toques não atenuam
Restos de desejos, teus anéis.
Estes olhos que refletem
Revelando uma natureza morta
São histórias que ocorrem
Num conto da vida torta.
Estes olhos que incidem
Raios solares sobre meu amor,
São olhos covardes que coincidem,
Com os gemidos de minha dor.
Passa logo inverno frio,
Descanse ao norte boreal,
Não crie de minhas lágrimas um rio,
Não impeça o canto do cardeal.