ÍNDICE DE REJEIÇÃO

Apenas me aceitarei vencido

Quando a loucura nos for branda.

Vento se passa me diz coisa

Traz assunto de uma cidade deixada pra trás.

Amor em vertedouro não preenche a vazante da gente

É gente demais na gente

Ninguém consegue só ser, ninguém tem medo da origem do tempo:

– alguém ameaça entrar em erupção,

Dia sim, algo não.

Ninguém mais se esconde na palma na mão.

Se a espada faz da clave o momento, do corte a possibilidade imediatamente anterior ao fim,

Do punho a negação da alavanca

Será sempre ornamento

Um tormento. Do tipo chuvinha no fundo do quintal da gente.

Mas se a tempestade se dá como acontecimento

Que chova navalha! – será sempre um argumento intransponível na onipresença

De quem derrama o amor no bartedouro.

Certamente que odeia. Certamente que grita. Certamente que berra, se rasga, esperneia,

E cai na realidade

E facilmente se ajoelha a quem se declama, a quem lhe autoriza,

A quem lhe merece saudação de rei,

Realidade de quem se permite ao desaforo, ao rejeito, ao vil,

Mesmo tendo nascido por cima da casca do ovo.

É jogar uma pedra pra cima e não sair debaixo, mas detrás do galo ainda festejar a liberdade única do autoflagelo!

Ao nome que se dá: conivência com a estupidez.

Porque um dia se joga a pedra nas testas dos outros.

E não haverá ninguém a aceitar.

Vou-me contar a outra gente através do vento

Que então me refresca:

Apenas inicio uma disputa

Se eu souber que não há quem vença.