SEM INSPIRAÇÃO
Hoje eu queria fazer uma poesia.
Não assim, de qualquer jeito.
Queria fazer uma poesia com sustança.
Que se equilibrasse entre os carboidratos
e as proteínas do saber.
Que se desenhasse como uma poesia
moderna, com sustentabilidade.
Sem perder as manhas antigas.
As artimanhas amigas.
Os pilates de quem quer preservar
o corpo da prosa.
Parece difícil. Não há quem defenda
essa imunidade.
Paciência. Retrô é moda agora.