Quando a noite vier

Quando a noite vem, além da escuridão,

ela traz o frio ameno dos trópicos que faz

com que nos procuremos,

com que queiramos nos aproximar,

e pensamos então na possibilidade do perdão,

e pensamos o quão fracos fomos em nos distanciar tanto,

em não conversarmos calmamente sobre o problema que nos chegou,

que chegou aos nossos corações sofridos...

A desilusão tomou conta de nosso ser,

e o silêncio falou por nós,

nos machucou, nos encheu de medo, e nos acovardamos...

Quando a noite vier, alem da escuridão,

ela também traz o silêncio pontilhado de reticentes estrelas,

todas espalhadas pelo céu escuro de nossos corações

sem que haja esperança de que um dia amanheça em nosso rosto

aquele sorriso de satisfação diante da vida,

tudo muito distante agora meu amor,

e temos que esperar que a noite passe,

e pensemos então no dia de amanhã,

e torçamos que não haja chuva,

que o dia de amanhã possa nos encontrar

mais amenos, mais conscientes de que devemos continuar,

mesmo sem que venhamos juntos um com o outro diminuindo o peso da vida,

mesmo sem que jamais nos encontremos como um dia fomos,

mas torcendo para que cada um faça do que resta nesta vida

um caminho em que os erros sejam os menores possíveis,

sem que magoemos outros corações,

assim como fizemos com os nossos...

Até sempre meu amor...

Quando a noite vier, que possamos dormir como quem morre,

E que no dia seguinte, que ressurjamos outros nós...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 19/10/2014
Reeditado em 06/11/2014
Código do texto: T5004824
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