PASSO A VELA

Já não corro ao encontro do que sonho,

pois deixei de correr, me planto em mim,

ponho toda esperança nos meus tachos,

feito ebó numa velha encruzilhada...

Minhas pressas pediram sombra e rede;

minha sêde se mata nos meus mucos,

tenho sucos guardados na gastrite

que por ora deixou de ser nervosa...

Decidi abraçar as incertezas,

dispensar as verdades congeladas,

dar ao nada o sabor de não saber...

Quando quero tomar meu passo a vela,

sou a tela em meu quarto já minguante;

paraíso distante na parede...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 12/10/2014
Código do texto: T4996331
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