E o que eu posso fazer?
Na explosão de uma estrela
estava escrito o nosso destino,
num tempo incontável no espaço
num espaço inatingível no tempo.
E o dia não tinha 24 horas,
não tinha hora sequer,
e nem chão para pisarmos como agora.
Mas já neste tempo de outrora,
se escreveu uma história,
um enredo
que talvez jamais se cumpra.
E o que posso fazer
senão tentar achar o erro,
mesmo que eu não possa corrigi-lo,
mesmo que para isso eu tenha que gastar as horas
que afinal já existem,
mesmo que para isso eu tenha que me perder
em tantas noites solitárias
(mas eu até prefiro assim).
Talvez eu seja enfim como aquela estrela,
e um dia eu trouxe em mim escrito este poema.
Tudo na vida tem um preço,
e eu, resignadamente pago aquele que me é cobrado.
Um dia, estrela louca,
hás de escrever de novo esta história
e cuida então de não torna-la de novo impossível.