VETADO

Desde sempre me guardo e preciso lhe dar

meus acúmulos, fardos, verdades contidas,

minhas vidas atadas num feixe de sonhos

costurados na sombra do afeto escondido...

Nunca pude acender uma luz ostensiva

que revele os sentidos, lance os sentimentos,

tome os ventos pro nada e não possa voltar

da corrida sem freio e da queda provável...

Guardo gestos, palavras, olhares e graus

deste fogo abafado em esperanças gastas

entre pastas de arquivos que temem morrer...

Não me tenho pra mim, jamais fui do meu eu,

porque sempre fui seu, mas me calo tão fundo

que meu mundo me veta para o seu olhar...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 30/09/2014
Código do texto: T4981685
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