DO QUE VIVO E QUE NUNCA CONTEI
Eu sou as minhas primeiras sensações.
Onde eu já estava e ainda não existia .
Tempo inapreensível vivido da história.
O primeiro amor das eternas cancões.
Há um duplo, o das histórias que me contaram.
E do que vivo e nunca contei
A perda dessa história é o caco de vidro
Do fantasma do espelho que bolei nos retalhos.
Tive perdas que eu nem mesmo conheci
E essas lembranças me levam longe
Relação com o mundo que foge
Tudo é um retorno por onde parti.
Era a lembrança de uma mulher que me pariu
Não a conheci, mais sou o espelho
Que me relaciono no que vejo.
E não sei chama-la de imaginária onde surgiu.
O cheiro, a voz tudo ficou no relento.
De quem é o rosto que eu vim?
Seus lábios, carne da alma que tenho.
Se não a falta e a fala em mim?
De Poeta das Almas - Fernando Febá
Fernando Henrique Santos Sanches