MOSTEIROS E BANCOS

Um dia os mosteiros viraram empresas comerciais

E os homens faram o pai-nosso antes de entrarem em um banco.

Não haverá mais esconderijo para os entraves da alma

Os balsamos serão balsas para a prestação no Céu.

O Céu será arrendado como um latifúndio da razão.

Não haverá mais abrigo a caridade que invade as tempestades do espirito.

Um dia as Igrejas serão templos de dinheiro e poder

E o mesmo Céu que antes habitava a ternura será signo da ostentação

De César será seu trono, no berço da moral invertida das vaidades.

Os remédios serão escudos vestidos de ouro do Templo de Salomão.

O Céu perderá o seu maior mistérios e se verá a marca da servidão.

Os homens se ocuparam das coisas mundanas como se elas fossem eternas.

Um dia os padres se tornaram empreendedores homens de negócios.

E mesmo a loteria da fé não fará consolo à ditadura da razão

Não haverá mais espaços e lugares para fomentar o silêncio.

Os invernos se faram duros para os criadores do espírito.

A fé poderá ser comprada como se paga uma caderneta a prestação.

Os templos serão altos nos lábios da cidade dos sedentos por consolos e bengalas.

Um dia voltaremos ao lugar onde tudo foi destruído pela natureza

O universo nos esmagará como um buraco negro que se alimenta de estrelas.

Nem Deus poderá perdoar os Reis, se eles não ousarem ouvir os loucos.

Nesse tempo o mito renascerá em corpo, como conhecimento que trará o fogo.

Assim os homens saíram da caverna em busca de uma luz por caminhos próprios.

E o amor religará as estrelas pelo sermão da Montanha e Abismo existidos de dentro da sua alma.

De Poeta das Almas - Fernando Febá

Fernando Henrique Santos Sanches

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 14/08/2014
Reeditado em 21/01/2015
Código do texto: T4922159
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