O Livro das Maravilhas – (XI a XX)

XI

Fomos continuando viagem

Eis, de repente, miragem

Era o palácio mais belo

De prata, ouro e diamante

Deveras nos vimos diante

Do mais brilhante castelo

XII

Afirmo, por Jesus Cristo!

Como um quadro nunca visto

Que a maior beleza encerra

Na casa do grande rei

Confesso me deslumbrei

Com as riquezas da terra

XIII

Percebi, no meu deslumbre

“Il poverello dell’Umbria”

Apontando-me a consciência:

“Nada farias com isso

Pois rico que é omisso

Tem n’alma pobre aparência”

XIV

Claridade, nobre irmã

Na terra do grande Khan

Orei pra ti com fervor

Irmão Francisco de Assis

A Jesus pedido fiz

De continuar servidor

XV

Como Frei me gratifico

Nesta crença serei rico

Mais humilde me consolo

Levando amor às famílias

Eu relato as maravilhas

Das viagens de Marco Polo

XVI

Desejo trazer lições

Das culturas, tradições

Que d’Ocidente contrasta

Abominei a insana

Condição da raça humana

Das diferenças de casta

XVII

Marco Polo foi adiante

Por ser hábil comerciante

Profissão que herdou do pai

Demonstrando seu valor

Foi nomeado embaixador

Nos palácios de Shangai

XVIII

Nossa história se encerra

No retorno à velha terra

Da maior viagem que fez

O povo rende homenagem

Ao herói da grande viagem

Da Europa ao país chinês

XIX

Após vinte e quatro anos

Junto de outros venezianos

Cobertos todos de glória

Tesouros, ouro e riqueza

Quando aportou em Veneza

Perpetuou-se na História

XX

Luz de “piccola” candeia

Deixa pegadas na areia

Quando chega a seu destino

No livro de Marco Polo

Jesus nos conduz no colo

Perante o poder divino.

(Frei Tas – meu heterônimo medieval)

(Fim)

Aquinosul
Enviado por Aquinosul em 06/08/2014
Código do texto: T4911562
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