O Livro das Maravilhas – (I a X)

I

Na Idade Média, em Veneza,

Foi fantástica a proeza

De um grande navegador

Quando rumou para Oriente

Eu também me fiz presente

Como frade orientador

II

Marco Polo, um conterrâneo,

Singrando o Mediterrâneo

Já da costa a muitas milhas

Contou-nos, em alto mar,

Que seu sonho era criar

O Livro das Maravilhas

III

“Agora, querido Frei,

Que meu sonho vos contei,

Vá fazendo anotações

Das culturas dos lugares

Das novas terras e mares

Das duras embarcações”

IV

Respondi: “No mundo inteiro,

Eu serei teu conselheiro

A pena minha não mente

Relatarei maravilhas

Farei versos em sextilhas

Na grande viagem d’Oriente

V

Depois do mar o deserto

O longe parece perto

Camelos em fila indiana

No rumo da Indochina

Muito o tempo nos ensina

A viver vida cigana.

VI

Seguimos por uma estrada

Que parece abandonada

Numa região dos hindus

Todo o povo estava ausente

Fugindo do tempo quente

Na cidadela de Ormuz

VII

Quando na pele sentimos

Quase todos conseguimos

Dentro d’água resfriar

Sopravam ares quentíssimos

Se todos nós não fugíssemos

O vento iria nos queimar

VIII

Deus, Alá nos dê saúde

Que bom vento nos ajude

Corpo são na mente sã

Nosso grande objetivo

Chegar todo mundo vivo

À terra de Kublai Khan

IX

Escrevo... Era uma vez

Antigo povo chinês

De milenárias culturas

Dos inventos consagrados

Maravilhosos legados

Para as gerações futuras

X

Filosofia oriental

Pregar o bem contra o mal

Viver com paciência e calma

Trabalhar sempre contente

Porque é melhor para a mente

Também faz bem para a alma

(Frei Tas - meu heterônimo medieval)

- continua...

Aquinosul
Enviado por Aquinosul em 05/08/2014
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T4910040
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