POEMA DANÇANDO RUMBA
O poema nunca obedece
a limites coercitivos
de espaço e de tempo.
O poema é sempre relativo,
einsteiniano, múltiplo e vivo,
apesar de unívoco.
O poema desespera-se e chora
quando o poeta entrega-o ao abandono,
submetendo-o ao risco de retornar ao pó.
O poema não cabe
dentro da métrica arbitrariamente imposta,
rompendo todas as estruturas, em resposta.
O poema que, a dúvida, não abriga,
coitado, é faca inútil e cega,
um mero ponto sem nó.
O poema para ser bom
desdiz seu próprio dito,
após um porre de rum.
O poema válido
dança rumba e toca maracás,
incendiando os corpos e as idéias.
O poema, por falta de melhor definição,
pode ser o que quiserem ou pensarem,
mas, no íntimo, sorrateiro, ri, diante de tanta bobagem.
- por JL Semeador, contrariando a vontade do poema, em 07/04/2012 –