DE SAUDADES

Solidão tanto faz quantos temos em volta,

se nos prende ou nos solta no meio do nada,

pois o nada converte o que julgamos tudo,

nesse frágil conjunto que uma brisa leva...

O vazio se traja das cores de cheio,

tem recheio abstrato que forja texturas,

ganha risos, abraços e vozes cruzadas

que nos dão a quimera de vida e vertigem...

Aprendi a saber quando estou solitário;

quando as caras que vejo são apenas caras;

todo mundo é ninguém pra carência da hora...

Sei de quanto barulho se faz um silêncio

e de quanta demora o momento se faz,

porque jaz no meu peito esse jazz de saudades...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 12/06/2014
Reeditado em 13/06/2014
Código do texto: T4842181
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