NOTURNO DE OURO PRETO
Enfim os poetas chegam ao mesmo monte.
Depois de decifrarem mensagens milenares, conjuram:
A neblina não alude a nada.
Nem a noite. Nem a viela.
Tampouco há misticismo nas ladeiras
e os monumentos históricos
igrejas, cruzes, montanhas de concreto,
montanhas de minério, pedra-sabão, paisagens
não esclarecem nada ao espírito.
Este museu de fantásticos símbolos, a céu aberto, nada diz do eterno [ ou nos revela algo subitamente.
Há, no entanto, um frívolo misticismo nas fantasias de carnaval [e demasiadas encruzilhadas que nada dizem.
Nós vivos é quem somos seus mortos ilustres.
22/05