NOTURNO DE OURO PRETO

Enfim os poetas chegam ao mesmo monte.

Depois de decifrarem mensagens milenares, conjuram:

A neblina não alude a nada.

Nem a noite. Nem a viela.

Tampouco há misticismo nas ladeiras

e os monumentos históricos

igrejas, cruzes, montanhas de concreto,

montanhas de minério, pedra-sabão, paisagens

não esclarecem nada ao espírito.

Este museu de fantásticos símbolos, a céu aberto, nada diz do eterno [ ou nos revela algo subitamente.

Há, no entanto, um frívolo misticismo nas fantasias de carnaval [e demasiadas encruzilhadas que nada dizem.

Nós vivos é quem somos seus mortos ilustres.

22/05

João Dinato
Enviado por João Dinato em 23/05/2014
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