Plástico Bolha
Fora de mim há uma partitura do que sou e sinto.
Nela outro mundo que a música da vida incendeia.
Luzes ofuscadas e generosas doses de absinto
Em delírios escuto tua voz com a concha na orelha.
No guardanapo faço poesia pra não me aborrecer,
Rabisco. Amasso e raivoso rasgo a folha.
Baixo a cabeça dolorida sem entender,
Pensativo, destruo imaginárias células de plástico bolha.
Ondas madrugadas de verão me remetem ao paraíso.
A memória alcoolizada e seletiva não apaga.
Ainda vejo amor, areia, sal e sorrisos.
Sol e corpos bronzeados na superfície da água.