E agora, Pedro?
Você que não nasceu José,
Pra ver a festa acabar
Nem se fez pedreiro,
pra esperar o trem.
o povo não some
e sua paciência
esquenta a noite,
nem deixa a manhã chegar...
Vai reclamar pra quem?
Se você não sabe o bem
de quem deve esperar,
então espera também.
Faz a festa,
Faz a sorte
o carinho
tem gosto.
Elas chegam, eles também,
antes que você saia,
em seus braços, seus passos
a procurar a sorte que não vem.
Não é José porque não quiseram
Não é Pedreiro, porque não se fez,
mas Pedro pinta, toca e, se quer,
escreve com certo desdém.
Nem tá aí pra sorte de quem
não lhe quer bem,
não lhe conhece bem,
porque sabe muito bem.
Faz a festa,
faz a sorte,
o carinho
sem mofo.
Você testa,
Você geme,
Você grita,
Você goza.
Você morre
Em um dia
que já vem,
que já vem.