PETER PAN

Um menino passado a lutar contra os anos,

uma vida enguiçada em balneário impróprio,

sob as perdas e os danos que o tempo confirma

sem acesso aos apelos do mundo irreal...

A criança que teima num corpo de adulto

é um vulto esquecido numa solitária;

um assombro que brinca de brincar de fato;

um retrato que pensa que pensa e que vive...

Tenho dó do menino que jamais cresceu,

distorceu a passagem do tempo na pele

sobre a gasta estrutura de puro tamanho...

Perguntar não constrange, se faço ao meu fundo;

em que rua do mundo acabou a saída;

a que horas da vida ele vai acordar...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 27/04/2014
Código do texto: T4785097
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