NÃO É MAIS MIL NOVECENTOS E NOVENTA E NOVE
O poema não te salvará.
Nem haverá palavras de tamanha sabedoria.
Ou ungüento para o teu umbigo.
Agora é hora de sono e mais nada.
Sono sem sonho.
Deita o menino que está em ti, inquieto,
vadio,
pela rua,
procurando a lua no fim do beco.
Tão logo ele durma,
espia o seu sonho.
Se ele te ver, despista,
Pois ele nem desconfia de que não é mais mil novecentos e noventa e nove.